Inicio » » Dá o pé, LOURO

Dá o pé, LOURO

Graças à sua grande capacidade de imitar sons, essa ave falante e divertida cativa a família inteira. E o que também é bom  é fácil de criar. Confira aqui os cuidados básicos
por Adriana Toledo | design Gisele Pungan| foto Gustavo Arrais
O papagaio pode virar seu hóspede sem nenhum empecilho legal. É que a criação doméstica de muitas espécies já é autorizada pelo Ibama. Nas lojas credenciadas, as mais procuradas são o papagaio-verdadeiro e o papagaiodo- mangue. Tanto um quanto o outro precisam de uma gaiola com espaço suficiente para que abram as asas e se movimentem à vontade. E o local ideal para instalar a nova morada é o que combina sol e sombra. Para a água fresca arrume um bebedouro de barro ou alumínio, materiais que também são ótimos para o comedouro. No fundo da gaiola vai bem um forro de papel, que tem que ser trocado todos os dias. "Não use jornal porque a tinta é tóxica", alerta Celso  Martins, da Universidade Metodista de São Paulo.

O poleiro é item obrigatório. "Dê preferência ao de madeira, porque o de plástico não é tão firme e faz os pés escorregarem. O perigo é uma artrite", avisa o veterinário André Grespan, da clínica Wildvet, em São Paulo. Deixe por perto brinquedos de madeira ou sisal e evite panos e cordas, pois a ave pode se enroscar e se ferir. "Se quiser, deixe o papagaio solto, mas então corte suas asas com a orientação de um especialista para prevenir lesões", diz a veterinária Tereza Knobl, das Faculdades Metropolitanas Unidas, em São Paulo.

Satisfazer às necessidades nutricionais do bicho também não é nada difícil. "Além das inúmeras rações balanceadas à venda, você pode lhe oferecer frutas, legumes e verduras para complementar as refeições", ensina André Gres pan. "Só evite o abacate, que pode até causar intoxicação, e a beterraba, a qual o aparelho digestivo, muito sensível, não aceita bem." Para quem tem crianças em casa o papagaio na certa vai ser uma superatração. Mas é bom ficar de olho quando elas se aproximarem. Querendo brincar, a meninada acaba machucando a ave e aí ela pode se tornar agressiva. "O risco de o papagaio passar alguma doença também existe, mas pode ser afastado facilmente se a pessoa lavar bem as mãos depois de manusear o animal", garante Grespan. "Lembre-se de levá-lo uma vez por ano a um veterinário especializado para uma avaliação clínica e exames de laboratório", diz, ainda, o especialista. Seus problemas de saúde mais comuns são pneumonia, sinusite, distúrbios de fígado, conjuntivite e outros males, que em geral são decorrentes de carência nutricional.

NA HORA DE COMPRAR
• Observe a plumagem. Ela não deve ter penas arrepiadas, com falhas ou aspecto molhado.
• Secreção nos olhos ou na boca pode indicar problemas de saúde. Assim como fezes grudadas nas penas, que denunciam uma diarréia. O melhor, então, é não arriscar.
• Só compre o papagaio que tiver na perna uma anilha fechada com o número de registro. Essa é a garantia de que a venda está sendo feita de acordo com a legislação.
• A ave se movimenta bem? Se for do tipo paradão, é bem provável que não esteja muito saudável.

POR QUE OS PAPAGAIOS FALAM?
"Na natureza eles vivem em grupos e se reconhecem por meio de sons. Assim, desenvolveram uma grande capacidade de imitá-los", explica André Grespan. "Em vez de cordas vocais, as aves possuem duas cartilagens. Elas se chamam seringes e ficam entre a traquéia e os pulmões", diz Tereza Knobl. Quanto antes o papagaio for treinado a falar, mais cedo irá soltar o verbo. O tempo de aprendizado varia, até porque depende muito do dono. Pronuncie palavras fáceis e seja paciente.

0 comentários :

Postar um comentário